Granada caseira atirada em ônibus durante arrastão deixa 3 feridos na Zona Norte, 1 em estado grave. Na foto, como ficou o ônibus depois da granada caseira detonada dentro da garagem da empresa Pegasus. — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Coletivo passava pela Avenida Brasil, na altura de Costa Barros, na Zona Norte da capital, quando se tornou alvo de bandidos
O segurança Eduardo Vieira Pontes, de 61 anos, teve fratura em costela e o pulmão perfurado no ataque a ônibus que aconteceu na Avenida Brasil, na altura de Costa Barros, na última quinta-feira, dia 28. A informação foi confirmada pela família. Após o ataque, ele foi socorrido em estado grave e está internado desde então. A nora de Pontes, Andreza Soares, de 35 anos, diz que ele também está traumatizado com o ocorrido e se assusta sempre que alguém entra no quarto.
— O corpo dele está todo ferido. Nós da família só sabemos chorar, é muito revoltante isso que ele está passando. Nunca pensei que os bandidos iam chegar ao ponto de jogar uma bomba em um ônibus, que só tinha trabalhador. É revoltante demais — diz ela.
Segundo Andreza, o segurança não tinha nenhum problema de saúde antes do ataque. Ela diz que, agora, até a pressão dele está alta. Além das sequelas psicológicas. Ela também diz que nenhuma autoridade procurou a família para saber do estado de saúde de Pontes.
— Daqui a pouco vai cair no esquecimento. Vai ser só mais um. É triste demais — lamenta ela.
Relembre
O ataque ocorreu em um ônibus da linha 771 (Coelho Neto x Campo Grande) por volta das 21h. De acordo com a Polícia Militar, uma equipe do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) foi acionada para o trecho em que o ônibus estava, na pista sentido Zona Oeste, altura da comunidade Joana D'Arc. A corporação informou que bandidos tentavam atear fogo no coletivo e acabaram lançando um explosivo artesanal contra o veículo.
Veja como ficou o ônibus após ataque de criminosos na Zona Norte do Rio
Os PMs encontraram o ônibus com as janelas quebradas e os três passageiros feridos. Elaine de Souza Ivo, de 35 anos, foi atendida no Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, e teve alta durante a madrugada do mesmo dia. Luís Silva, de 65 anos, está internado com quadro de saúde estável.
Em nota, o Rio Ônibus lamentou o episódio e afirmou que "passageiros e rodoviários perderam o direito de ir e vir na cidade do Rio de Janeiro". O sindicato das empresas de ônibus criticou ainda a política de segurança pública do estado, pela "inação" e por ser "escancarada por episódios de violência":
"O setor que sofria com ônibus incendiados por criminosos, agora é alvo de granada. Passageiros e rodoviários perderam o direito de ir e vir na cidade do Rio de Janeiro. Diariamente, a inação do Estado sobre questões de Segurança Pública é escancarada por episódios de violência extrema. O crime e o medo, infelizmente, viraram rotina, assim como as vítimas têm virado estatística. O Rio Ônibus lamenta profundamente o ocorrido e reforça o apelo para que as autoridades competentes tomem as devidas providências com urgência".